Por Wellington Farias
As mais recentes movimentações do tabuleiro político da Paraíba sugerem que o governador João Azevêdo (PSB) - pré-candidato à reeleição - só deve apostar suas fichas nos aliados de primeira hora e de sempre; principalmente aqueles de sua base aliada que nunca titubearam.
Há lances recentes desse jogo que também sugerem ao deputado federal Efraim Filho acionar o desconfiômetro e ficar bem atento às sinalizações... Efraim é pré-candidato ao Senado pelo União Brasil.
O ponto nevrálgico dessa instabilidade é a escolha do candidato a senador na chapa de João Azevêdo.
Desde há muito que se arrasta a novela, o vai-não-vai referente a possível pré-candidatura do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) ao Senado, numa composição com o governador João Azevêdo.
Se Aguinaldo tivesse se definido, nada disso estaria acontecendo. Exatamente por isso, ele é o epicentro dessa onda de insegurança e desconfiança.
Contexto
A princípio, estavam no páreo Efraim e Aguinaldo, disputando o direito de concorrer ao Senado na chapa de João. Efraim, que se lançou primeiro, perdeu a paciência e não suportou a indefinição do governador. Rompeu com ele, manteve a pré-candidatura e aliou-se a Pedro Cunha Lima, o pré-candidato pelo PSDB ao governo.
Aguinaldo, sobretudo depois que Efraim saiu dessa raia, apostou na indefinição. Mais que isso, acentuou as dúvidas quando disse que jamais havia declarado que seria candidato ao Senado. O fez seja para manter os holofotes da mídia sobre ele, ou para se valorizar com o benefício das incertezas. Quem sabe as duas coisas...
João Azevêdo perdeu o apoio de Efraim e, até agora, não obteve a confirmação de Aguinaldo de que será o candidato ao Senado em sua chapa.
A mais recente desculpa de Aguinaldo é que só poderá ser candidato se João Azevêdo conseguir o apoio integral de sua base aliada, que inclui o Republicanos, partido que é da base, apoia João mas está fechado com Efraim. Ora, mas quando ele já se insinuava disposto a ser o pré-candidato a senador, sabia que o Republicanos estava com Efraim.
E, considerando o andar da carruagem, nem o Republicanos fechando com Aguinaldo, nada é garantido, ou pelo menos confiável. Até porque indiretamente a família Ribeiro estimula a especulação de que a senadora Daniella Ribeiro, irmã de Aguinaldo, pode se lançar candidata ao Governo do Estado.
Aguinaldo não quer ficar sem mandato; não arrisca; só vai na certeza. Certeza esta que ele não tem ainda mais diante da pré-candidatura de Ricardo Coutinho (PT) ao Senado, com o apoio integral e incondicional de Lula.
Mudanças
Antes mesmo do rompimento de Efraim com João, o deputado Ricardo Barbosa, embora da base aliada do governador, declarou que apoiaria a reeleição pra governo, mas para o Senado votaria em Efraim, independente da opinião do seu líder, o governador.
Ricardo foi o primeiro da base aliada de João a declarar voto a Efraim, incondicionalmente.
Esta semana, a conversa de Ricardo Barbosa começou a mudar. Manifestou queixas de que Efraim Filho não tem conversado com ele.
O curioso é que a mudança da conversa do deputado Ricardo Barbosa acontece exatamente quando o governador João Azevêdo partiu para a tentativa de unificar toda a sua base em torno não só da sua pré-candidatura, mas do pré-candidato ao Senado pela sua chapa.
Em face a estes lances do jogo, pode Efraim Filho e João Azevêdo confiar totalmente na conversa desse povo?
Só se forem doidos..
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