Por Wellington Farias
As evidências sugerem: embora Bolsonaro tenha lá sua parcela do eleitorado - que lhe apoia incondicionalmente -, ele não transfere mais votos. Mais que isso, o apoio do “mito” termina sendo um fardo difícil de ser carregado por candidatos majoritários.
Já com relação ao ex-presidente Lula, pré-candidato à reeleição, a situação é invertida: quase todos, sobretudo majoritários, querem porque querem ter o apoio lulista.
Só aqui na Paraíba podemos citar dois casos que ilustram bem esta situação: primeiro, não é à toa que o governador João Azevêdo, pré-candidato à reeleição, tem declarado que o seu apoio a pré-campanha de Lula à Presidência da República é incondicional; João vota em Lula independente de Lula querer, ou não.
O outro caso mostrando o avesso da moeda veio à tona nesta quinta-feira(12/5): um vídeo vazado em que aparece o pré-candidato a governador, Nilvan Ferreira, num evento com correligionários políticos declarando com todas as letras as dificuldades que vem tendo para cabalar votos justamente por ser o pré-candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Vá pra la!
De acordo com o vídeo que viralizou na internet, com a marca do blog de Maurílio Júnior (https://www.blogmauriliojunior.com.br), perante uma plateia de apoiadores, o comunicador Nilvan Ferreira expõe as dificuldades de conquistar o voto com a marca de bolsonarista. Conta que uma senhora que lhe perguntou quem ele apoia para presidente, mas preferiu não dizer porque percebeu que a eleitora era lulista indo e voltando, como ela mesma confirmaria em seguida.
“É o que a gente enfrenta de vez em quando, amigos. Chegamos em determinados lugares o cara diz: ‘Você é Bolsonaro, então não quero conversa não”.
Para assisrir ao vídeo, clique aqui.
O relato de Nilvan Ferreira reflete o retrato do que se pode verificar nas suas. O comportamento do governador João Azevêdo evidentemente exprime o que sugerem as pesquisas para consumo interno, que candidatos e partidos mandam fazer para ter um quadro real da situação eleitoral.
Na mira
Os bolsonaristas querem convencer a todos de que Bolsonaro está com a corda toda. Postam fotos e vídeos em que seus tietes vão aplaudi-los enquanto, segundo eles, Lula não sai às ruas, não se submete ao teste de popularidade.
Não temos visto Lula circulando pelas ruas, é fato. Mas tem uma explicação para isso: em meio ao acirramento da campanha, num clima de ódio que se instalou no País, se Lula sair às ruas estará totalmente vulnerável às tentativas de assassinato. Esta semana, circulou nas mídias sociais bolsonaristas bombados seguindo o carro de Lula...
O ex-residente do STF, Joaquim Barbosa, que não poupou nem um pouco o PT e Lula na sua passagem pela corte, já previu que Lula pode ser assassinado, segundo foi exaustivamente noticiado.
Nas ruas, você vê um Bolsonaro cercado de gente, em meio às gritarias, o que não reflete a vontade do eleitor.
Lula, enquanto isso, embora esteja ausente de grandes eventos públicos, sobretudo das ruas e das multidões, aparece como o grande favorito nas pesquisas internas puxando votos para aliados.
Por enquanto é isso. Mas muita água ainda rolará por debaixo da ponte até as eleições.
Esperemos.
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