Aguinaldo dá o drible da vaca no governador e transforma João num “Mané”

Por Wellington Farias
O deputado federal Aguinaldo Ribeiro - bem ao seu estilo marcado pela esperteza – deu o drible da vaca no noviço e inexperiente, João Azevêdo Lins, governador da Paraíba.

Faz tempo, por sinal, que Aguinaldo, Daniela, Enivaldo e Cícero Lucena botaram o coitado do João num quadrado em que o fazem de gato e sapato. Desrespeitam. Desmoralizam. Humilham. E João ainda não se deu conta de que não passa de uma catita entre presas de serpentes.

A história política da Paraíba das últimas décadas talvez não tenha registrado uma humilhação pública de um governador de Estado, em pleno exercício do mandato, como aconteceu nesta segunda-feira (15.06). Após cozinhar João Azevêdo em fogo brando por meses a fio, Aguinaldo e seu partido, o Progressistas, promoveram um evento, que mais parecia as frenéticas e luxuosas convenções partidárias norte-americanas.

O evento, por sinal, foi projetado de modo a convencer até os mais desconfiados de que o esperto Aguinaldo Ribeiro havia se encantado com o apelo dramático de João Azevêdo para que fosse ele o candidato a senador.

Para surpresa de todos, menos de Cícero, Daniela e Enivaldo, Aguinaldo comunicou ser candidato à reeleição de deputado federal. Detalhe: a João Azevêdo só fez o comunicado minutos antes do lamentável acontecimento. Como se não bastasse, ainda apresentou o nome do sobrinho Lucas Ribeiro, que já é vice-prefeito de Campina Grande, para ser o vice na chapa do coitado do João.

Zumbido
Mas João, apesar de toda incompetência política, de toda humilhação já sofrida, não perde a pose: anda de peito estufado, no mundo da lua, acreditando em tudo o que a sua equipe de articulação política zumbe no seu ouvido.

Sobre a equipe, é razoável supor duas possibilidades: ou é politicamente mais incompetente do que o próprio João, ou está o empurrando de propósito para um abismo sem volta. Durante toda pré-campanha, quando foi que João Azevêdo acertou uma articulação política digna de nota?

Absolutamente nenhuma.

Ah, é, é?!
A plateia, em sua maioria lideranças políticas e prefeitos arrastados do interior para o evento, todos comunicados de que Aguinaldo seria o senador, ficou perplexa com a atitude do deputado e pairou no ar uma atmosfera negativa pela falta de lealdade e pelo egoísmo do parlamentar. Aguinaldo mais uma vez deixou claro que deslealdade é a marca registrada de sua conduta política. E a Paraíba começa a se dar conta de que a palavra da família Ribeiro tem a consistência de uma bolha de sabão.

No palco desta deprimente cena política, o que se viu foi um João Azevêdo com cara de “Mané”, mais uma vez humilhado. Quem sabe se após esse balanço de carroceria que levou, João não tenha sido tocado por um lampejo de lucidez política, que nunca teve, e tome a decisão que é imperiosa: a troca  de conselheiros políticos.

Caciques
Aguinaldo e nenhum outro político ousariam tamanho atrevimento se o governador fosse um João Agripino, um Burity, um Ronaldo Cunha Lima, um Cássio Cunha Lima e, muito menos, um Ricardo Coutinho.

Qualquer um desses, não demoraria um dia sequer sob o cozimento de Aguinaldo.

João Azevêdo, mesmo depois de tanto cozimento, já borbulhando como o mel quente, se tivesse uma equipe de conselheiros competentes teria ido para este evento com uma jogada de mestre em plano B: aceitaria a pré-candidatura de Aguinaldo, mas surpreenderia: “Já que o ilustríssimo deputado não aceita, acho-me no direito de apresentar o meu candidato ao Senado que está sentado ali na minha frente, fulano de tal, e os adversários que se cuidem”.

Feito isso, João Azevêdo teria impactado, dando um Xeque-mate em Aguinaldo, Progressistas e família. saído por cima da carne seca.

Força
João Azevêdo pode até se reeleger governador, mas só se usar a máquina administrativa sem medida. Se depender da sua habilidade política, vai se comido no coco. 

Deixe seu comentário