
É inegável que a vitória de Donald Trump ascendeu o alerta da esquerda. E todos se perguntam como será a relação de Trump e Lula. E se haverá interferência nos assuntos domésticos do Brasil.
De um lado, Bolsonaro faz conjecturas sobre a possível reversão de sua inelegibilidade, onde o governo Trump teria impacto para influenciar o STF e Alexandre de Morais. Do outro lado, Lula relembra sua relação de amizade com George Bush, e que, naquela época, todos esperavam uma catástrofe.
E o que temos de concreto? Lula conseguirá aproximação com Donald Trump?
Até agora temos o seguinte: Trump escolheu Marco Rubio para o cargo de Secretário de Estado. Rubio será o chefe da política externa de Trump e ele já escreveu sobre Lula, o que preocupou a esquerda.
No artigo que Rubio escreveu sobre Lula, ele analisa que o presidente brasileiro quer ficar se equilibrando entre a China e os EUA. Ele diz que Lula procura ganhos e laços estreitos tanto com Pequim, quanto com os EUA, mas que só pensa no Brasil e o que melhor for para sua agenda.
Rubio reconhece que Lula procura a China por necessidade econômica, e que a América deve chamar Lula e pressioná-lo a se afastar da China. Mas, para isso, a América passaria a investir no Brasil, e dessa forma cobrar o afastamento com Pequim.
No texto, ele questiona as credencias de político democrata de Lula exatamente pela aproximação com o regime da Venezuela, Nicarágua e China. E o chamou de líder da extrema esquerda por isso. No entanto, não levou em consideração o fato de Lula ter se afastado da Venezuela e da Nicarágua, cortado relações e sofrido diversos ataques destes.
Imagine o que Rubio vai falar quando o Brasil passar a presidir os BRICS no próximo ano, sem contar que hoje a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, comanda o Banco dos BRICS e é uma das mulheres mais forte do Sul Global.
A questão é que nem o empresariado brasileiro de direita quer o afastamento com a China.
A pressão vai acontecer, mas o Brasil é muito sólido na sua política externa. Nem a ditadura brasileira se afastou da China e da União Soviética. Foi Castelo Branco quem retomou as relações com Cuba na guerra fria, debaixo de pressão muito mais forte dos EUA. O que demonstra que esta é um posição dos militares brasileiros também.
Rubio não entende o Brasil, mas a verdade é que nem a direita brasileira se afasta da China e da Rússia. Logo ele vai compreender um pouco mais sobre a história do Brasil. E que o desafio é bem maior do que ele pensa.
A posição de proximidade do Brasil com a China vai muito além do governo de plantão, é histórica e está enraizada na economia. As exportacoes chinesas chegaram a 83 bilhoes de dólares em 2024, enquanto as exportação para os EUA ficaram em 33 bilhoes de dólares.
No fundo não há nada de novo nas pretensões americanas. É mais um capítulo com as mesma demandas.
A preocupação da esquerda é que a vitória de Trump gere no Brasil uma inspiração, e que o desconhecimento de Rubio sobre o Brasil afete a economia.
O governo Lula tentará ter uma boa relação com Trump, como teve com Bush. E prentendem demonstrar que Bolsonaro é uma questão da justiça brasileira, e como democracia o governo não tem ingerência no Judiciário.
Com um olhar mais cuidadoso Trump perceberá que a propria direita brasileira não quer a e elegibilidade do Ex Presidente Jair Bolsonaro, pois muitos enxergam a oportunidade de serem eles o candidato, praticando um verdadeiro fogo amigo, a exemplo recente das brigas com Pablo Marçal e Tarcísio.
A situação é difícil para Bolsonaro, mesmo com a vitória de Trump.
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